É chamado de “àrista” na Toscana la costas do porco cozido assado ou no forno e comido frio.
O lombo de porco é o pedaço do lombo que preserva as costelas.
Deve ser guarnecido com alho, raminhos de alecrim e alguns cravinhos, e depois temperado com sal e pimenta. É cozinhado assim como no forno, assado no espetoe a gordura que escorre é usada como molho para dourar batatas ou para fazer ervas.
É um prato que remonta certamente à tradição camponesa, em que se costumava preparar pratos à base de carne de porco que, podendo ser consumidos frios, eles duraram grande.
Lá curiosidade reside na forma como, segundo a tradição, nasceu o nome deste prato, ou seja, “àrista”.
A esse respeito, diz-se um anedota que remonta ao Concílio de Florença em 1439, convocado para resolver as diferenças entre a Igreja do Oriente e a do Ocidente, a fim de recompor o cisma que durou desde o distante 1054.
Na ocasião foi servido para os patriarcas da igreja grega um banquete em que era servido este prato, então conhecido por outro nome. Na Toscana, é sabido, a carne de porco é um alimento não só particularmente apreciado, mas também extremamente enraizado na tradição, que deriva do nosso passado camponês. O amor toscano pela “gordura” da carne de porco é tal que, como se costuma dizer, “nada se joga fora do porco”.
Achando-o a seu gosto, os prelados bizantinos começaram a dizer:
“Aristà, Aristà” (que significa “excelente, excelente”, ou “muito bom”, se preferir) e a partir desse momento esta expressão indica a parte da carne de porco cozida dessa maneira.
Por outro lado, se é verdade o que se passa, o referido Concílio foi fecundo em termos de neologismos toscanoshaja vista que, ao que se diz, a expressão “vinho sagrado“, que se come com cantuccini tradicional.
Para os curiosos, o Concílio terminou com um acordo sobre a reunificação das duas Igrejas, que, no entanto, não foi nunca ratificoudevido à forte oposição das comunidades bizantinas de crentes.
À margem desta pequena “jóia” de um dos pratos mais apreciados tanto na Toscana como no resto da península, gostaria de propor, abusando da paciência dos leitores, mais um possível etimologia da palavra arista; o que me parece necessário pela escassa verossimilhança da anedota proposta.
Agora, considerando o fato de que, em botânica, existe uma palavra exatamente idêntica, aristaque deriva do latim e indica a conformação espinha de peixe dos pequenos pontos que se observam por exemplo nas espigas de trigo, diria que esta palavra poderia ter sido emprestada da gastronomia devido à disposição das costelas do porco tal como aparece na peça utilizada para confecionar a iguaria em causa.