O dramático momento em que um carro alegórico pega fogo no Carnaval do Rio de Janeiro

Incêndio na parte superior de um dos carros alegóricos da ‘escola de samba’ Beija Flor foi registrado na madrugada desta terça-feira no sambódromo do Rio de Janeiro

A fogo no topo de um dos carros alegóricos da ‘escola de samba’ Beija Flor foi registrado na madrugada desta terça-feira no sambódromo do rio de janeiro no segundo e último dia de desfiles da carnaval.

Embora o incêndio tenha causado pânico entre o público e conseguido assustar os membros, o ação imediata do corpo de bombeiros conseguiu conter as chamas no “carro alegórico” e ninguém se machucou.

O carro alegórico atingido, conhecido como abridor de asas por liderar o desfile, tinha acabado de entrar na pista para iniciar o percurso de mais de 700 metros quando as chamas surgiram de surpresa na parte mais alta da estrutura.

Os bombeiros, além de apagarem o fogo rapidamente, Eles retiraram uma pessoa que estava localizada próximo ao local do incêndioque escapou ileso.

A ‘escola’ de samba Beija Flor foi a penúltima da 12 escolas de samba do Grupo Especial para desfilar este ano.

O desfile das doze companhias de samba do chamado Grupo Especial, uma espécie de primeira categoria entre as cerca de 100 que serão apresentadas este ano, é a principal atração do carnaval carioca.

Nos dois dias de desfiles do Grupo Especial, cerca de 35 mil sambistas, 1.200 percussionistas e cerca de 70 carros alegóricos passam pelo Sambódromo para um público de cerca de 200 mil pessoas, incluindo as que frequentam os espaços especiais montados nas arquibancadas (camarotes).

O carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro chegou ao fim nesta segunda-feira, após duas noites de desfiles exultantes repletos de criatividade, esplendor e alegria pelo retorno total das festas após a pandemia.

 

Foliões da escola de samba Vila Isabel se apresentam na segunda noite do desfile de carnaval no Sambódromo, no Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2023. REUTERS/Ricardo Moraes

Guiados pelo ritmo frenético do samba diante de mais de 70 mil espectadores, seis grupos coroaram os shows do Sambódromo na madrugada desta terça-feira.

E não pouparam ousadia: no segundo dia de desfiles exibiram Animais amazônicos e personagens mitológicos em escala giganteum show de luzes com drones no céu, e até um carro alegórico com fontes de onde jorrou vinho entre dezenas de casais poliamorosos da Roma antiga.

“Está sendo a melhor experiência da minha vida”disse ao AFP A fisioterapeuta inglesa Bethany Robson, 32, que veio de Melbourne, na Austrália, onde mora, para dançar no Sambódromo.

Este ano, os brasileiros comemoram com especial entusiasmo seu festival preferido, depois que a pandemia de COVID-19 forçou o cancelamento da edição de 2021 e restringiu a edição de 2022, realizada excepcionalmente em abril.

 

A escola de samba Viradouro durante a segunda noite do desfile de carnaval no Sambódromo, no Rio de Janeiro, Brasil, 21 de fevereiro de 2023. REUTERS/Ricardo Moraes

“Carnaval é resistênciaDepois de tudo que o Brasil passou. É incrível fazer parte disso”, diz Robson, que usa um enorme chapéu com uma cesta carregada de mangas.

Muitos carnavais também comemoram o fim do mandato do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaroque Cortou verbas para a cultura e menosprezou esta festa popular.

Seu sucessor, o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silvaprometeu valorizar a classe artística do país, a começar pela restituição do Ministério da Cultura, reduzido a uma secretaria de nível inferior.

“A cultura de todo um povo”

“O Carnaval representa a cultura de todo um povo e, nos últimos tempos, a a liberdade de expressão da nossa cultura foi reprimida”, disse a figurinista Carla Andrea Barbosa, pouco antes de entrar no desfile.

No total, 12 escolas apareceram entre domingo e segunda-feira, cada uma com vários milhares de membros, incluindo dezenas de turistas que pagam várias centenas de dólares para fazer parte do frenesi carnavalesco.

 

Folião da escola de samba Viradouro se apresenta na segunda noite do desfile de carnaval no Sambódromo, no Rio de Janeiro, Brasil, 21 de fevereiro de 2023. REUTERS/Ricardo Moraes

Os grupos têm entre 60 e 70 minutos para seduzir o júri e pontuar em categorias conforme o tema do concurso desfile, letras, percussão, fantasias, carros alegóricos e encenação em geral, num concurso cujo vencedor será conhecido esta quarta-feira.

Um dos destaques da noite foi portelaa mais antiga escola de samba em atividade no Rio, que está completando 100 anos e comemorado com um desfile sobre sua própria história.

O grupo popular surpreendeu o público ao exibir trajes de época da década de 1920, um show de drones que escreveu “Portela 100 anos” no céu e imponentes carros alegóricos em forma de águia, símbolo da “escola”.

 

A escola de samba Imperatriz Leopoldinense durante a segunda noite do desfile de carnaval no Sambódromo, no Rio de Janeiro, Brasil, 21 de fevereiro de 2023. REUTERS/Ricardo Moraes

Celebrando as festas religiosas e populares do mundo ao longo da história, Vila Isabel Chamava a atenção uma imponente escultura articulada do cavaleiro e santo católico São Jorge, de estética futurista e cujo dragão soltava fumaça pela boca.

E Beija-Flor reivindicou o negros, mulheres e indígenas como “verdadeiros protagonistas” da independência do brasil.

A primeira noite de desfiles já havia sido uma chuva de glitter, penas e homenagens a redutos do samba como Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz, além da Bahia e das raízes africanas que marcaram o carnaval brasileiro.

 

Foliões da escola de samba Beija-Flor se apresentam na segunda noite do desfile de carnaval no Sambódromo, no Rio de Janeiro, Brasil, 21 de fevereiro de 2023. REUTERS/Pilar Olivares

A prefeitura do Rio estima que o carnaval atraia um total de cinco milhões de pessoas à cidade, incluindo o callejero que voltou a ser celebrado em peso nos bairros da cidade pela primeira vez em três anos.

Em termos econômicos, isso significará 4,5 bilhões de reais (US$ 880 milhões)com uma ocupação hoteleira prevista superior a 95%.

No Estado de são paulo (sudeste), a festa foi ofuscada pelo tragédia: ao menos 40 pessoas morreram no fim de semana e dezenas continuam desaparecidas após fortes chuvas no litoral norte, que recebe milhares de visitantes nestas datas festivas.

(Com informações da EFE e AFP)

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